Recentemente, o bilionário Elon Musk, empreendedor, filantropo e fundador da Tesla, anunciou ter sido diagnosticado com Síndrome de Asperger, uma condição dentro do espectro do autismo. Os portadores dessa síndrome têm grau leve dos sintomas do autismo e, por isso, são considerados como neurodivergentes altamente funcionais.
Nos últimos anos, o mercado de trabalho tem aberto mais portas para os neurodivergentes mas, muitas vezes, tem se mostrado despreparado para lidar com os transtornos de personalidade, interação social e comunicação.
Neurodivergência
Esse grupo inclui diversas condições neurológicas, como TDAH, dislexia, transtornos da fala e transtornos do espectro autista. Todas essas condições não devem ser tratadas como deficiências por serem encaradas pelos especialistas como formas não convencionais de aprender e de se comunicar.
A luta pela utilização desse termo (neurodiversidade) ao invés de deficiência, inclusive, é justamente para conscientizar o mundo de que essas pessoas não estão em desvantagem intelectual. Elas apenas operam de outras formas.
Já está mais que provado que pessoas entendidas como neurodiversas são totalmente capazes de fazer parte e contribuir no mercado de trabalho e em áreas acadêmicas também. Mas, por que até hoje ainda precisamos falar sobre inclusão?
Inclusão
Falar da inclusão de pessoas neurodivergentes nas escolas, universidades e em ambientes de trabalho é falar na adaptação desses locais e na capacitação das pessoas para lidarem e compreenderem as diferenças de cada indivíduo. Para que assim haja acolhimento, acompanhamento e aprendizado dos dois lados.
Um líder de uma equipe neurodiversa, por exemplo, precisa estar preparado para lidar com questões na comunicação e no trabalho em conjunto, para que consiga extrair o melhor de cada membro e ofereça suporte também.É necessário aprender a recrutar, gerenciar e apoiar, quando necessário.
Quebra de paradigmas
Se engana quem pensa que receber na equipe uma pessoa neurodivergente é fazer caridade.Pessoas com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), por exemplo, pontuam mais alto em testes de criatividade do que aqueles sem o transtorno.
Já pessoas disléxicas demonstram capacidade acima da média de pensar fora da caixa, de maneira inovadora, voltada ao raciocínio lógico. Os indivíduos tidos como dentro do espectro do autismo tendem a ser sistemáticos, meticulosos e extremamente detalhistas, capazes de fornecer percepções e perspectivas únicas para a solução de problemas.
Quando os profissionais estão preparados para receberem neurodivergentes em suas equipes, o time só tem a ganhar.
Para além da ciência, uma política de inclusão toca em pontos que fazem o líder e os colegas conhecerem as fraquezas e as qualidades de cada um.
Só assim é possível pensar na harmonia do time, na produtividade saudável, respeitando a saúde mental e os limites de todos.
Diversidade e desenvolvimento humano
Conviver em ambientes onde a diversidade está presente só colabora para o desenvolvimento humano das pessoas. Quem respeita o diferente e aprende com ele desenvolve habilidades sociais que um ambiente homogêneo não oferece. Viver em sociedade significa ensinar e aprender com o próximo e para que haja aprendizado é preciso ter mentes livres de barreiras e preconceitos.
Num futuro próximo, bilionários e pessoas bem-sucedidas que são neurodivergentes não serão mais tidas como exceções e os estigmas que ainda perpetuam ficarão para trás. Vamos começar a pensar no que podemos fazer para tornar os ambientes que nos cercam mais acolhedores e estimulantes? A diversidade é o futuro e um caminho sem volta.
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