Enquanto celebramos o mês do orgulho LGBTQIA+ e aprendemos mais sobre esta pauta tão importante, nós presenciamos empresas e grandes corporações também abordando o tema. Seja em campanhas publicitárias, em projetos de comunicação interna ou em produção de conteúdo feita para realmente dar voz a quem deve falar.
Durante o mês de junho nossas redes são inundadas de informações sobre este tema. Empresas e contas pessoais mudam suas fotos de perfil, produzem textos, fotos e vídeos sobre e todas, muito bem-intencionadas, demonstram apoio à causa. Mas, o que falta para que o meio corporativo saia do campo do debate e comece a agir para mudar um mercado que segue excluindo e invisibilizando pessoas da comunidade LGBTQIA+?
O debate é importante, mas…
Debater, discutir e conscientizar as pessoas de maneira geral é importantíssimo e deve continuar sendo feito. Vivemos em uma sociedade que é extremamente heterogênea, quando pensamos nas camadas de conhecimento que diferentes grupos têm sobre determinado assunto e, por isso, continua sendo necessário informar e educar.
Entretanto, se o debate não é convertido em atitudes, mudança de cultura organizacional e transformação de hábitos, de nada ele serve. Por isso, é preciso sim cobrar de empresas que já vêm se posicionando a favor da causa, que deem um passo a frente e sigam como aliados na luta por direitos iguais.
Por onde começar?
A ideia de ‘lugar de fala’ tão explorada por alguns grupos da sociedade para explicarem por que é importante e necessário que pessoas que vivenciam determinadas situações tenham voz para exporem o que pensam, deve ser também adotada no mundo corporativo. Já vimos exemplos de grandes empresas que criaram núcleos de diversidade para entender melhor como acolher, contratar e gerenciar equipes diversas, respeitando e celebrando a individualidade de cada um. A fintech Nubank, por exemplo, tem tido resultados animadores acerca da contratação de profissionais negros após a contratação de profissionais para lidar especificamente com essa questão.
Sendo assim, o primeiro passo é: contrate pessoas da comunidade LGBTQIA+ e ouça o que elas têm a dizer.
Inclusão para além da contratação
Entre a contratação de um membro da comunidade LGBTQIA+ e a sensação de pertencimento e equidade existe um gap enorme. Em uma pesquisa recente, realizada pela consultoria de gestão de mudanças United Minds, a falta de mudança no comportamento de colaboradores e liderança chamaram atenção.
Em parceria com a KRC Research, a United Minds entrevistou 1.527 funcionários em grandes empresas nos EUA, Canadá e Reino Unido. Enquanto 57% deles se dizem satisfeitos com o direcionamento de suas organizações para DE&I (diversidade, equidade e inclusão), 47% afirmaram que experimentaram e/ou testemunharam ações de discriminação, assédio ou micro agressões em seus trabalhos atuais.
Os resultados da pesquisa preocupam porque demonstram uma preocupação geral no mundo corporativo de as empresas serem percebidas como inclusivas somente da porta para fora. Após a contratação, o que vemos são funcionários infelizes sendo silenciados ou até mesmo discriminados.
São 12 meses no ano
Pensando no futuro e em como ser aliado da causa LGBTQIA+, cabe lembrar que a pauta não deve ser abordada somente no mês de junho de cada ano. Pessoas da comunidade precisam ser ouvidas, respeitadas acolhidas e compreendidas como são, em todos os outros meses do ano.
Você e a sua equipe já pararam para pensar quais mudanças precisam ser implantadas para que o seu negócio seja de fato defensor dos direitos das pessoas que compõem essa sigla? Como você pode contribuir para que a sociedade não retroceda e para que a pauta avance, ainda mais, nas discussões e nos direitos garantidos para esse grupo? Debata e aja.
Leia também: O Futuro é Diverso
Falar sobre a inclusão da comunidade LGBTQIA+ no meio de trabalho
https://exame.com/bussola/diversidade-o-gap-entre-o-que-a-empresa-faz-e-o-que-os-funcionarios-vivem/
Foto: <a href=’https://br.freepik.com/fotos/amor’>Amor foto criado por freepik – br.freepik.com</a>
