O crescimento da área de Compliance e carreiras relacionadas no Brasil não é nenhuma surpresa e já vem acontecendo de maneira acelerada desde o início de 2020. Primeiramente, porque o mercado entendeu que ter profissionais que saibam regular e trabalhar para a prevenção de danos à reputação é um investimento no negócio e não somente um gasto. O outro motivo está relacionado às leis anticorrupção do país, que sofreram algumas mudanças, para tentar restaurar a imagem do Brasil do ponto de vista econômico.
O profissional da área de Compliance (ou o Compliance Officer) é responsável por integrar todas as áreas de uma empresa aos mesmos propósitos e objetivos. Assim todos se adequam às boas práticas fiscais, ambientais, trabalhistas, financeiras e administrativas. É um trabalho muito desafiador, pois lidar com diversos agentes externos (investidores, fornecedores e consumidores) e internos (profissionais de uma mesma empresa de diferentes níveis hierárquicos). Mas, se existe uma pessoa capaz de monitorar e controlar o funcionamento de todas as engrenagens de um negócio, quem fica responsável por fazer o mesmo a esse profissional? Ele está descoberto deste guarda-chuvas de proteção e controle?
Compliance ou poder supremo?
Com a expansão e a profissionalização do setor de conformidade, vários processos padronizados e protocolos foram criados justamente para garantir que alguns critérios fossem seguidos. A maioria das grandes corporações utiliza das mesmas técnicas e tem medidas semelhantes de prevenção contra atos ilícitos e de respostas aos riscos. Entretanto, essa formalização também gera um estranhamento do staff ou até mesmo um sentimento de caça às bruxas vindo dos profissionais, por se sentirem vigiados e regulados a todo tempo. Isso pode ocorrer devido ao fato de que colaboradores do Compliance se colocam ‘de fora’ ou acima das equipes e dos outros colegas, quando, na verdade, eles deveriam também colaborar com a criação de um clima organizacional harmônico, nutrido de muita confiança entre times.
Esse distanciamento pode trazer consequências como falhas de comunicação, problemas de clima organizacional e expor o responsável da área, devido sua posição extremamente vulnerável, como se fosse um escudo a qualquer tipo de risco que uma empresa venha a enfrentar. Porém, o caminho não deve ser esse. É preciso entender o Compliance como parte de um projeto de mitigação de riscos, que está lado a lado de pilares que fazem parte da cultura da empresa e da governança corporativa (o sistema pelo qual empresas são dirigidas, monitoradas e incentivadas, como conceitua o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).
Unidade é melhor que superioridade
Para colocar um ponto final em qualquer rusga existente entre colaboradores da empresa e profissionais do Compliance, é necessária a atuação e monitoramento dessa saúde corporativa pelo RH. Esse setor pode colaborar com a governança da empresa na redução de sentimentos negativos comumente relacionados à vigilância e ao monitoramento constante.
Todos pertencentes à empresa devem compreender que colegas do Compliance ajudam na proteção do negócio e também de todos os colaboradores. Deixando isso claro, a sensação de segurança e o sentimento de pertencimento se farão presentes, fortalecendo ainda mais esses pilares mencionados anteriormente.
Não se constrói uma empresa, por menor que ela seja, sem as mãos de profissionais engajados e comprometidos e isso é também papel do Compliance: promover esse engajamento e comprometimento ao passo que faz parte desses dois elementos também.
Esse texto é voltado a empresas de micro, pequeno, médio e grande portes.
Texto inspirado: Quem guarda o guardião das empresas? Matheus Leitão
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