Para quem nunca leu algum texto meu, de aviso prévio, vale reforçar que esse tem um formato diferente. Pra começar eu gostaria de deixar um consenso: tem gente com fome e se tem gente com fome, dá o de comer, já gritaria Cazuza nos trilhos do trem. E nós jovens, nos últimos anos, temos sido os gritos que chamam a atenção para essas causas, principalmente em fóruns globais. Diante de desafios persistentes como fome, pobreza e desigualdade, nossa atuação é cada vez mais essencial. Com energia, inovação e empatia, estamos levando novas perspectivas e soluções criativas para problemas históricos.
Fóruns globais como a ONU, o Fórum Econômico Mundial, o Fórum Social Mundial e o G20 têm se tornado importantes palcos para a juventude engajada. O G20, em particular, desempenha um papel fundamental na formulação de políticas globais que influenciam o desenvolvimento econômico e a redução da desigualdade, embora até o momento com pautas tímidas. O G20 Youth Summit, por sua vez, tem sido o grupo social que oferece aos jovens líderes a oportunidade de influenciar decisões que impactam milhões de pessoas em todo o mundo.
Foto: Júlia Lima/ Audiovisual G20
Uma das áreas mais importantes de atuação da juventude, não desconsiderando as demais, tem sido o combate à fome e à pobreza. Em diversos países, jovens lideram iniciativas comunitárias que distribuem alimentos e promovem projetos agrícolas sustentáveis, contribuindo para a capacitação e geração de emprego em áreas carentes. O que também acontece no Brasil, sendo um dos motivos da seleção dos 5 jovens, que juntamente comigo, compõem a delegação brasileira no Y20.
Além disso, a juventude tem sido uma voz ativa no combate às desigualdades sociais, de renda, gênero e raça. Que, com a presidência brasileira, tivemos a oportunidade de pressionar os governos para adotarem políticas que promovam igualdade e inclusão social, por meio de propostas desenvolvidas conjuntamente. Sabemos que estes espaços ainda merecem e precisam de mais oportunidades para jovens se formarem e ocuparem,de fato, posições de tomadas de decisões e que com isso temos o retrogosto de poucas oportunidades e financiamento.
Embora, muitas vezes, estes espaços de poder sejam hostis a nossa realidade e auto representação nesses espaços, em minha experiência, entende que a juventude reconhece a importância da educação e da inovação como motores de transformação social, defendendo o acesso igualitário à educação de qualidade e o uso da tecnologia para reduzir lacunas econômicas e sociais.
Nós jovens, temos a vez, a voz e a oportunidade, como eu disse na minha primeira fala às outras delegações: “Esses jovens estão desafiando sistemas opressores e propondo soluções inovadoras, mostrando-se indispensáveis na construção de um futuro mais justo e equitativo.
O G20/Youth 20, foi um espaço que proporcionou às juventudes de diversos países a compartilhar ideias que possam contribuir para o desenvolvimento sustentável. Com criatividade, coragem e empatia, a juventude entrega seu documento, na certeza que é fundamental o avanço de nossos espaços em fóruns globais, e para além disso, impulsionar ações concretas no combate à fome, pobreza e desigualdade também nos territórios.
O trabalho que realizamos não termina aqui e nem neste documento, pelo contrário, ele é apenas o começo. Que as ideias, propostas e conexões sejam o combustível que nos impulsione a seguir em frente, com coragem e determinação, para transformar as palavras em ações concretas. Somos a geração que pode fazer a diferença, e temos em nossas mãos a oportunidade de criar um mundo melhor para todos. Vamos continuar unidos, fortalecendo nossas alianças e inspirando uns aos outros, pois é na nossa diversidade que encontramos nossa maior força.
