Fast food, por que a pressa?

O termo fast food está geralmente associado às grandes marcas de franquias de sanduíche e leite batido. Sim, o termo surge daí mesmo. Entretanto, proponho inserirmos todo o arsenal de utlraprocessados nessa mesma categoria. Afinal, nada mais rápido, prático e conveniente do que um pacote de biscoito, doce ou salgado, ou uma latinha de suco, não é mesmo? 

A pessoa passa no mercado, escolhe rapidinho cinco, seis itens com embalagens bem chamativas e pronto, tem aí suas refeições para um dia. No primeiro intervalo começa o bombardeio. O organismo não entende nada e, na confusão gerada, começam a surgir os problemas.

Essa fórmula não pode funcionar! Acompanhe o raciocínio e veja como é fácil fazer escolhas mais conscientes.

Somos compostos por ingredientes naturais

As toxinas se acumulam, causando inflamações, inchaços, alergias, obesidade, câncer, problemas cardiovasculares, depressão e lá vai, porque a lista segue longa. Isso tudo sem falar na falta dos verdadeiros nutrientes que deveriam ser ingeridos em detrimento dos venenos industrializados. Venenos maquiados, é verdade, pois isso faz parte do jogo daqueles que glorificam o lucro acima de qualquer coisa.

Não podemos chamar os ultraprocessados de alimentos, mas sim, de produtos mastigáveis, recheados de aromatizantes, corantes, espessantes para que, disfarçados, assemelhem-se a uma comida. Mas comida de verdade é aquilo que vem da natureza, afinal de contas, dela viemos, somos feitos dos seus ingredientes. É incoerente acreditar que insumos artificiais possam nos fazer bem se ingeridos rotineiramente.

Como podemos nos preparar

Confie, é muito mais simples do que tentam nos vender. Basta seguirmos os conselhos de nossa mãe natureza. O que ela produz? Em qual velocidade? De quais ingredientes ela precisa para produzir o que nosso organismo processa com mais facilidade? O que devemos fazer para interferirmos menos nos processos naturais dessa mesma mãe?

Para quem gosta de cozinhar

Mantenha a despensa com alguns ingredientes básicos, como: 
  • farinha de trigo branca e integral; 
  • farinha de mandioca; 
  • polvilho azedo e polvilho doce; 
  • fubá; 
  • sal; 
  • azeite; 
  • temperinhos que duram bastante tempo: 
    • cominho; 
    • semente de mostarda;
    • pimenta do reino;
    • coentro;
  • açúcar mascavo; 
  • canela; 
  • erva-doce; 
  • noz-moscada;
  • açafrão;
  • gengibre.

Claro que essas escolhas dependerão do paladar e de possíveis alergias e intolerâncias, e é bom ter um moedor como aquele de grão de café, que funciona para todos esses outros grãos. Com tais ingredientes, qualquer cenoura, taioba, tofu ou arroz ganha poder e vira um prato delicioso.

Priorize a sua alimentação e programe-se, faça um cardápio semanal. Defina um ou dois dias da semana para preparar os alimentos e deixá-los prontos na geladeira ou no congelador. Você pode porcioná-los. Para que dê certo, é importante que o processo seja bem espontâneo e pautado nas suas necessidades.

Não há uma fórmula, pois depende de hábitos e preferências. Uma coisa é certa, se você tem uma vida atribulada, aí mesmo é que vai precisar de um ingrediente muito especial chamado simplicidade. Assim, uma dica é não inventar de fazer receitas mirabolantes.

Então, para o dia a dia, pegue aquele livro de receitas da vó. Tem também um pessoal incrível que compartilha suas ‘bruxarias’ com a gente por meio de blogs, livros e perfis nas redes sociais. Em uma rápida lista, temos Bela Gil, Rita Lobo, Conceição Trucom, Carolina Dini e Juliana Gomes. Cada uma na sua especialidade.

Para quem não gosta de cozinhar

Fast Food

Ou para quem ainda não consegue priorizar, o ingrediente simplicidade continua valendo. Pesquise um bom sacolão, um bom mercadinho e uma boa padaria. Os pães preparados nesses locais costumam ter menos conservantes; os bolos geralmente são uma delícia e até encontramos alguns salgados assados de confiança. 

Também não faltam bons profissionais que trabalham com comida caseira congelada ou aqueles que vão até a sua casa e deixam tudo preparado e organizado para você. O fundamental é parar um pouco para fazer uma lista de locais e profissionais que são a salvação.

Para ambos os casos, é válido ter sempre em casa, no carro, na cestinha da bike, na mochila, na bolsa, no bolso:
  • frutas; 
  • castanha de caju, do Pará; 
  • nozes; 
  • amêndoas; 
  • semente de girassol, de abóbora; 
  • uva-passa; 
  • damasco seco;
  • frutas secas em geral. 

Aliás, esses são os melhores ‘fast foods’ ever. Se a fome apertar, não tem desculpa de querer comer aquele pacotinho de qualquer coisa.

E, mesmo para quem não gosta de cozinhar, é super válido ter em casa: 
  • inhame; 
  • mandioca;
  • batata doce;
  • banana da terra. 

Esses alimentos saciam, sendo excelentes substitutos para o excesso de pão que muitas vezes nos deixamos consumir. Mas além disso, são muito fáceis de cozinhar, bastando uma panela e água fervente. Se você puder comprar orgânico, então, é mais fácil ainda, pois nem precisa descascar. 

Infelizmente, se não forem orgânicos, então é mais seguro tirar a casca e as camadas de agrotóxicos que ela carrega. Não que os agrotóxicos não penetrem nos legumes, mas a casca concentra boa quantidade dos venenos (sim, e dos nutrientes!).

Viu como é simples? E se até então você não conseguiu se livrar do corre-corre, ou nem quer, ainda assim é possível se livrar dos produtos mastigáveis dos fast foods. Tenha sempre um alimento caseiro com você mesmo que não seja possível fazer dessa forma todos os dias. Se conseguir por 3 dias na semana, já tá ótimo!

Com isso, o processo de desintoxicação vai sendo estabelecido e, quando você menos esperar, vai conseguir parar, olhar para o céu mesmo no meio da cidade e se perguntar, pra que a pressa?

Autor

  • Clarissa Cruz

    Clarissa é promotora de um estilo de vida integrado à natureza e cofundadora da Zera Zero. Formada em Comunicação Social com especialização em Publicidade e Propaganda, compreendeu muito cedo que a grande indústria gera excessos em todos os níveis e que, portanto, precisa de um freio. Acredita que o foco da vida não pode estar no verbo “consumir” e, por isso, elaborou hábitos simples, de uma vida centrada no autoconhecimento e próxima à Mãe Terra. Gosta de escrever, abraçar árvores, andar descalça e de balanço, além de olhar nos olhos. Ela quer ser uma samurai, por isso pratica Iaidô, que é a arte de desembainhar espadas.

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