Os primórdios do Homo Sapiens já demonstrava que nossa espécie tem em seu DNA a vida em coletividade cheia de interdependências. Milênios se passaram e, num processo darwiniano, temos sido desafiados a ajustes ao longo de nossa trajetória, sejam ajustes sutis ou mais desafiadores, como o que estamos vivendo neste momento devido à pandemia. Neste ano, fomos obrigados, em nome da sobrevivência, a um distanciamento social que contradiz aos instintos naturais. Devido à nossa alta capacidade de adaptação, reinventamos processos de trabalho de forma que o desempenho continuasse o mesmo ou até mesmo aumentasse em alguns casos.
“Ser socialmente conectado é a paixão cerebral do ser humano. Isto tem sido plantado e regado cuidadosamente em nosso sistema operacional por dezenas de milhões de anos”. Professor Matthew Lieberman (UCLA)
Mas, quando esta ameaça fizer parte do passado, voltaremos ao status anterior?
O que tínhamos como conceito de local de trabalho não mais retornará ao que era antes, devido ao impacto social e cultural que a pandemia nos trouxe. A verdadeira transformação reside na percepção do real significado de local de trabalho. Não é mais o local onde se apenas executam as atividades laborais. Mas quais são as premissas que estarão por trás desta nova percepção? Qual será este já desgastado “novo normal”?
O trabalho remoto deve continuar aumentando: alguns profissionais voltarão aos escritórios corporativos após o término da pandemia, porém muitos continuarão remotos. Alguns continuarão em casa, porém muitos destes precisarão de uma alternativa.
De 20 mil coworkings existentes ao redor do mundo atualmente, estima-se 26 mil por volta de 2022. Maior espaçamento entre os trabalhadores será comum, até para reduzir chances de pandemias futuras; os escritórios corporativos terão uma ocupação menor. Aqueles que não têm ambiente de local adequado em casa deverão trabalhar em coworkings de bairro, quando não estiverem na empresa. Hoje em dia as moradias têm tendência a se tornarem cada vez mais otimizadas – para não dizer menores – de forma que, para muitos, o espaço não é adequado, sem contar com desafios de compartilhar estes espaços com o(a) companheiro(a), crianças, ou uma internet que deixa a desejar.
Outros precisam estar circulando no meio de pessoas para se sentirem vivos e engajados. Espaços de coworkings oferecem senso de comunidade, colaboração e propósito. Pouco percebido é o fato de que o ser humano tem sinapses mentais criativas quando expostos em ambientes diversos, seja pelas pessoas, seja pelo espaço, cores, música ou cheiro.
A recente pesquisa do Coworking Insights “2020 Future of Work report: What the Future Holds for Coworking and Remote Work” demonstra estas percepções. Acima de 70% dos respondentes atestam que gostam de horários flexíveis, trabalhar em qualquer lugar (não necessariamente em casa), que são mais produtivos trabalhando remotamente, que têm tido impacto positivo na saúde mental e nas relações familiares.
71,5% de profissionais que usavam o coworking antes da pandemia pretendem voltar e 54,9% de profissionais que não utilizavam coworkings considerarão este como solução de trabalho no período pós-pandemia.
Já temos percebido no Impact Hub vários potenciais clientes fazendo orçamento para salas menores em relação ao tamanho da equipe atual. Estas empresas estão se desmobilizando de escritórios e assumindo que seus profissionais trabalharão parte em casa e parte no coworking, ajudando na redução de custos, além de ter os benefícios de flexibilidade ora mencionados. Grandes empresas já divulgaram estratégias ousadas para anywhere office, tais como XP Investimentos, Coca-Cola e Twitter. As empresas não podem se descurar de que a manutenção de uma cultura depende de interações que não se obtém através de reuniões remotas em plataformas apenas, mas através de várias ações que contemplem a diversidade de seus colaboradores.
Os coworkings devem estar atentos de que suas vantagens competitivas em relação à contratação tradicional de espaços corporativos, vão além da redução de custos e otimização de serviços – igualmente importantes. A palavra mágica é FLEXIBILIDADE, seja proprietário de imóvel, empresa, coworking ou o empregado.
Assim como o trabalho será mais flexível de forma a contemplar outras atividades, família, ambiente social e proximidade da residência, os coworkings deverão se adaptar e flexibilizar ainda mais, como por exemplo:
- Políticas de cancelamento ou congelamento mais flexíveis;
- Preços menores para novos membros e descontos para os correntes;
- Membership para estudantes;
- Planos virtuais, onde a presença não é necessária;
- Habilidade de mover dias não utilizados para meses futuros;
- Aluguel de salas para reuniões virtuais;
- Eventos virtuais e workshops online.
Este é um momento de grandes desafios para todos os participantes deste mercado. Para o coworking, que até alguns anos era estranho ou modismo para muita gente, tem em seu futuro que se avizinha uma posição de protagonista, tornando-se uma solução definitiva e permanente para atender novos modelos de trabalho e políticas corporativas.
Para saber mais sobre o novo modelo de trabalho dentro do coworking, entre em contato conosco!
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Por Marcos Schwartz
Diretor Geral no Impact Hub Curitiba, é responsável pelo planejamento estratégico e gestão financeira da unidade de Curitiba.
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