Em abril, o Brasil ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 10 milhões de Microempreendedores Individuais. Sabemos que o contexto econômico que vivemos força muitas pessoas a trabalharem por conta própria para sobreviverem, ao mesmo tempo outras tantas optam por seguir trabalhando de forma individual, fora dos modelos de trabalho tradicionais. Mas, será que isso significa trabalhar sozinho? A resposta é: não precisa ser.
Romantização do trabalho individual
O trabalho freelancer ou de empresa individual (optei por diferenciar aqui os modelos de contratação, o primeiro por trabalhos isolados – os “freelas” – e o segundo com clientes recorrentes) pode ser romantizado quando lemos sobre o nômade digital, aquele jovem capaz de trabalhar em qualquer lugar do mundo; ou sobre o profissional que, por estar em seu home office, consegue almoçar comida caseira, passear com o cachorro, tirar uma soneca após o almoço, ler… e ainda assim ser bem sucedido.
Mas nem sempre a realidade é assim. A maioria trabalha muito mais horas que em um emprego formal, possuem escritórios pouco ou mal adaptados na sala, no quarto ou até mesmo na cozinha, enfrentam problemas com a conexão da internet ou dificuldades para conseguir novos clientes.
E, para completar, quando as adversidades se tornam enormes e sufocantes, não ter com quem contar pode ser um agravante emocional.
Como não trabalhar sozinho no dia a dia?
É possível trabalhar com outras pessoas sem, necessariamente, contratá-las ou ser contratado por elas. Afinal, assim como você pode não estar no momento financeiro ideal para contar com uma equipe própria, pode ser que esse simplesmente não seja o seu desejo. E tudo bem.
Mas, é importante ter em mente mesmo que você seja um profissional com várias habilidades, contar com uma rede de parceiros, capazes de te apoiar com projetos desafiadores, é fundamental. Para tirar dúvidas, pedir sugestões, conseguir apoio para trabalhos maiores ou para te cobrirem quando precisar se ausentar. Ter parceiros confiáveis e bons profissionais pode ajudá-lo no dia a dia e te transformar em um profissional melhor, além de fazer com que se sinta menos sozinho.
Encontre projetos que tenham a ver com seu propósito
Considere participar de projetos paralelos.
Aqueles que já trabalharam presencialmente em uma empresa sabem como o ambiente com colegas pode ser prazeroso, e provavelmente você sentirá falta disso quando resolver seguir carreira solo.
Por isso, outra dica é tentar encontrar projetos podem, inclusive, ser uma interseção entre vida pessoal e profissional. Busque algo que goste, que te desafie e que te permita estar em contato com pessoas que contribuem verdadeiramente para aquele seu propósito de vida.
Descubra um coworking para não trabalhar sozinho
Por mais que seu home office seja adequado (em termos tecnológicos e ergonômicos) e agradável, em algum momento você pode se sentir sufocado.
Estar em um mesmo ambiente, provavelmente sozinho, dia após dia, pode ser bastante estressante após um longo período. Para evitar que momentos assim acabem com sua produtividade – ou pior, com a sua saúde mental – pensar em migrar para um coworking pode ser interessante.
Mas, se eu puder dar mais uma dica, é interessante escolher um espaço que tenha a ver com você, seus valores e que possua a estrutura que você considera essencial para um dia de trabalho produtivo e agradável.
Para mim, por exemplo, ter um ambiente bonito, com café e cadeiras que ajustam a altura do apoio de braço é essencial. Se for pet friendly, melhor ainda!
Porém, nada disso será suficiente se o espaço tiver uma filosofia muito divergente da minha e não promover o bem-estar e a colaboração dos residentes. Afinal, a ideia não é ficar sozinho em outro ambiente. É ter pessoas que agregam por perto.
Não existe uma receita que funcione para todos que resolvem trabalhar sozinhos. No entanto, empreender cercado por pessoas capazes e empáticas, e se envolver em projetos que tenham a ver com seus valores pode mudar a rotina para melhor. E, claro, quanto melhor você se sentir, maior a chance de entregar trabalhos de qualidade.
Autor
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Sou a Valú, mineira, caçula. Me formei em Comunicação Social – Jornalismo pela UFMG em 2011 e, desde 2015, sou fã do trabalho remoto. Trabalho com jornalismo, tradução e marketing, mas não é só. Gosto de ler, escrever, viajar, cozinhar, assistir séries e aprender sobre assuntos variados. Nunca gostei da ideia de escolher uma coisa só. Acredito que a rede de contatos e o aprendizado de diferentes habilidades expandem nossas possibilidades e tornam as experiências melhores para todos.
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