Ao pensar em um mundo pós-pandêmico nos deparamos com questionamentos sobre como nos relacionamos, como nos comunicamos e como trabalhamos.
Agora já é possível ver a luz no fim do túnel deste período que, além de muitos sentimentos negativos, nos trouxe também muita reflexão sobre como agíamos e o que mudará no futuro. Alguns negócios fecharam as portas outros abriram, mas em meio a um mar de incertezas uma garantia nunca esteve tão forte: a de que nada será como antes.
Uma pesquisa recente, feita pelo IPEA, apontou que, atualmente, 12% dos brasileiros trabalham em modelo home office. Muitos deles não desejam voltar ao modelo 100% presencial, pois perceberam que não perderam muito em produtividade e tiveram ganho em qualidade de vida por excluírem de suas rotinas o tempo e o stress do transporte público e do trânsito na hora do rush.
Transições exigem paciência
Em março de 2020 trabalhadores e empresários se viram forçados a se adaptarem a uma realidade nunca considerada e naquele momento se deu melhor quem soube gerir crises organizacionais. Muitas pessoas não possuíam ambiente de trabalho adequado em casa e no caso das mulheres isso ainda significou adicionar mais uma atividade em casa às multitarefas que envolvem filhos, cuidados com o lar, gestão doméstica e, agora, o trabalho entra neste contexto. Dos 12% apontados pelo IPEA, 55% são mulheres e 63,7% são pessoas brancas. É importante fazer esse recorte para entender que os brasileiros com idade para trabalhar e que estão inseridos no mercado de trabalho não partem da mesma realidade e, assim, fazer estas considerações é essencial ao pensar em um retorno próximo às atividades presenciais.
Equipe e líder do mesmo lado
Quando chegar o momento de decidir se uma equipe ou quadro de funcionários deve ou não voltar ao modelo de trabalho presencial; se serão mantidos no remoto ou se migrarão para o híbrido o gestor deve pensar em alguns pontos que podem ajudar a manter o clima organizacional bom e o trabalho produtivo, além de satisfatório para todos.
– Diálogo é palavra de ordem. Entender o que funciona melhor para uma equipe só aproxima o líder dos seus liderados, aumenta a confiança e melhora a relação no trabalho.
– Transição gradativa. Ninguém gosta de ser pego de surpresa. Um funcionário que consegue se planejar, dificilmente vai deixar a equipe e a empresa em que trabalha na mão. Portanto, a sugestão é que um aviso sobre as mudanças no modelo de trabalho seja dado com antecedência (algumas empresas deram o aviso com pelo menos um mês de antecedência).
– Nada é permanente. Tenha isso em mente e converse com seus liderados para que eles entendam que em um momento com tantas transformações, algumas delas impostas por questões externas, reajustes são normais e previstos. As vezes o modelo e as regras sugeridas a priori não funcionarão tão bem e algumas modificações serão necessárias.
O melhor dos dois mundos
O modelo de trabalho híbrido não foi criado por causa da pandemia da COVID 19, mas de fato a crise sanitária mundial que enfrentamos acelerou as mudanças em algumas empresas o trabalho híbrido já é, agora, uma realidade para muita gente.
Os defensores do modelo híbrido alegam que não se perde nada com este modelo, porque a rotina uma vez adota em casa pode ser mantida ao passo que os encontros presenciais, muitas vezes insubstituíveis, também.
Como esta nova forma de trabalho pode funcionar para um tipo de negócio depende de muitos fatores. Se a empresa precisou ceder espaço físico para poupar gastos, se a visita de clientes e parceiros é algo comum, o número de reuniões em equipe por semana, etc.
Estamos passando por muitas mudanças e encará-las sabendo que tudo muda e que o que hoje é uma verdade incontestável amanhã pode não ser, nos ajuda a estarmos preparados para o incerto e para o que o futuro nos reserva. A melhor política de trabalho do momento é acolher as mudanças como algo positivo e que trará crescimento.
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